Aprendendo de forma divertida


1a Aula - Fósseis

É muito comum, quando falamos de animais e pessoas que viveram há milhares de anos, ouvirmos a palavra fóssil. Mas o que é um fóssil?

Ao contrário do que muita gente pensa fósseis normalmente não são partes de um ser vivo, e sim indícios da existência desse ser vivo. Como assim?

Existem pelo menos dois tipos de fósseis bem diferentes:

Fósseis de vestígio

Vamos supor o seguinte: Um animal morre. Como você sabe, assim que um ser vivo morre seu corpo entra em decomposição (o que chamamos normalmente de "começar a apodrecer") mas a velocidade que cada parte do corpo apodrece é diferente, dependendo do material que essa parte é feita. Por exemplo, no corpo humano a primeira coisa que apodrece são os órgãos internos, depois a pele e carne e por último ossos e cabelo.

Então vamos supor que um cavalo morreu há milhares de anos. Seus órgãos, carne e pele já apodreceram, mas sobraram os ossos. Mesmo os ossos vão apodrecendo com o tempo, mas pode demorar centenas ou milhares de anos.

Ocorre que, muitas vezes esses ossos do animal morto acabam sendo cobertos por camadas de terra ou outras pedras. Com a pressão isso cria rochas sedimentares em volta dos ossos. Assim a rocha que se formou tem o formato do osso do animal. Com o tempo mesmo o osso vai se apodrecendo e a região do osse sendo substituída por pedra (chamamos isso de petrificação do osso). No final do processo temos um osso de pedra, no mesmo formato do osso do animal original, mas sem ser o osso em si. Ou seja, não é possível fazer um exame de carbono 14, por exemplo, para se saber a idade do fóssil.

No caso dos dinossauros, por exemplo, basicamente todos os fósseis que temos são desse tipo, ou seja, não temos hoje em dia ossos de dinossauros, mas sim ossos de pedra no formato dos ossos dos dinossauros de antigamente. Mas por não ser o osso do dinossauro em si não é possível, por exemplo, querer pegar o DNA dos dinossauros e fazer clones deles, por exemplo.

Às vezes um fóssil de vestígio toma formato não só do osso do animal, mas do animal inteiro. No exemplo que tínhamos dado do cavalo, primeiro o cavalo morreu e somente após séculos é que a terra se junto em cima dele e forma rochas sedimentares. Mas imagem uma situação diferente (e mais rara) um cavala anda ao lado de um vulcão e este entra em erupção. A lava vem e cobre o cavalo por inteiro. Assim que a lava esfria ela vira rocha, mas como ela envolveu o cavalo essa rocha vai ter o formato do cavalo inteiro e não somente dos seus ossos.

Neste caso o cavalo, mesmo envolto pela rocha de magma, continua a apodrecer e sofre o processo de petrificação que está explicado acima. Mas o que teremos é um fóssil com o formato de um cavalo inteiro e não só dos ossos. Esses fósseis são muito mais raros, não temos, por exemplo, nenhum grande dinossauro fossilizado desta forma.

 

 

Fósseis Orgânicos

Em vezes ainda mais raras é possível que um fóssil não seja somente uma pedra com o formato de um animal, mas que contenha o animal inteiro ali dentro. Isso ocorre em especial por causa de uma substância chama âmbar. Algumas árvores produzem uma resina chamada âmbar. Essa resine cobre a casca da árvore por fora impedindo que ela apodreça com o tempo. Por isso que temos, por exemplo árvores com milhares de anos sem nunca apodrecer (o que é impossível a qualquer animal).

Acontece que às vezes alguns pequenos animais (normalmente insetos) vêm e ficam grudados desse âmbar das árvores, sendo coberto por eles. Desta forma podemos ter um fóssil de um mosquito pré-histórico preso em âmbar. Como essa substância mata todas as bactérias e fungos que causam o apodrecimento aquela mosca, enquanto estiver presa no âmbar, mesmo depois de morta, não vai apodrecer nunca. Assim o que temos não é somente uma pedra com o formato da mosca, mas a própria mostra presa dentro da pedra. Nestes casos, teoricamente, seria possível extrair o DNA da mosca.

Acontece que como qualquer árvore produz sempre uma quantidade pequena de âmbar, não temos nenhum grande animal preso em âmbar, apenas pequenos insetos.