Aprendendo de forma divertida


Relato sobre a defesa do doutorado

Relato escrito dia 6 de fevereiro de 2011 por Leandro Villela de Azevedo

 

    Caros alunos, às vezes realmente algumas situações podem colocar medo até nos adultos, mesmo nos veteranos de produção de trabalhos científicos. Pensem bem, foram 4 anos e meio nas pesquisas e produzindo um "pequeno" livrinho como resultado das pesquisas, olha ele aí.

Em encadernação simples deu dois volumes:

 

Pois bem ... a inscrição é feita e você fica tranquilo porque fez um trabalho bem feito ... será?

 

Chega então o dia da defesa. Por sinal, um dia após o meu aniversário, tudo correndo bem ... a titulação seria o presente de aniversário. Foi então que, chegando no prédio da USP onde seria a defesa comecei a entrar em pânico. Meu nome não estava em nenhuma das salas de defesa.

Procurando saber o que tinha acontecido, descobri que minha apresentação seria em um tal de Salão Nobre .... vocês podem até estar pensando: "que chique professor" ... mas esperem até ver o tal salão.

A placa do lado de fora, tudo bem, nada de especial.

O meu nome colocado na porta indicava que era ali mesmo, não havia erro. ... entretanto, quanto eu entrei no salão. Surpreza:

 

O salão era imenso, parecia assustador. E na parede todos os antigos diretores da faculdade, pareciam que me olhavam com um olhar inquisitorial. Aí racionalmente tenta-se evitar pensar nesse tipo de coisa, é claro que eram apenas quadros sem vida ... mas como se fosse em um filme de Harry Potter, parecia que eles me encaravam cada vez mais assustadoramente, em especial aquele de manto vermelho que ficou me olhando de costas.

Veja, aquela cadeirinha ali de lado, era a minha, bem diante de um balcão com 5 professores, de diversas faculdades, que tinham por objetivo fazerem suas "arguições" tentando apontar todos os erros do meu trabalho, enquanto eu teria de me defender, com as melhores respostas possíveis.

Alguns alunos reclamaram que eu faço uma cara séria durante a apresentação de seminário ... vocês precisavam ver então os membros da banca.

É claro que quando acaba a gente volta a perceber que era tudo parte de nossa imaginação, e que nenhum dos quadros havia rugido e nenhum dos professores pegado uma metralhadora escondida atrás da bancada. Mas enquanto tudo acontecia....

Vejam as roupas! ninguém me avisou que seria tão chique, que era pra ir de terno, só deu eu lá de calça jeans ... mas tudo bem. O segredo no final das contas foi dar as respostas mais sinceras possível. Eu respondi mais de 10 vezes algo como "eu não sei a resposta desta pergunta" ou "eu não conheço essa teoria, seguir por outro caminho o meu trabalho" e sempre com "obrigado por me dar uma dica excelente como essa, é muito bom ter aprendido um pouco mais com o senhor para melhorar o meu conhecimento desse tema" ....  resolvi comentar isso porque vejo que muitas vezes vocês, alunos, ficam no desespero de ter todas as respostas ou de tentar "enrolar" para evitar demonstrar a falta de conhecimento. Muitas vezes é importante admitir que não sabe algo para poder aprender.

Mas uma outra coisa que aprendi é .... se mesmo com tanta experiência de minha parte, às vezes a gente se assusta e entra em desespero, imagina vocês que estão passando pela experiência pela primeira vez agora ... respirem fundo, saibam que por mais que a cara do professor pareça asusstadora ele está lá pra ajudar a vocês

... e um ótimo TCC pra todo mundo!

 

    Leandro Villela de Azevedo